Affection, lançado em
1989 remava contra a maré do pop dançante, mergulhando na melancolia,
introspecção e bem estar
Por João Messias Jr.
Affection Divulgação |
Quem
assistia o saudoso Clip Trip nos saudosos anos 80 e 90, lembra da explosão das
divas do pop. Sem julgar se a música é melhor ou não que a feita pelas moças
hoje, a verdade é que havia algo genuíno nos discos de cantoras como Paula
Abdul, Debbie Gibson e a nossa resenhada de hoje, Lisa Stainsfield.
E nada
mais interessante do que falar do seu primeiro trabalho, Affection. Lançado
aqui em 1989 via BMG, confundiu a cabeça de muitas pessoas por causa das
músicas de trabalho, This is the Right Time e All Around the World, que chegavam
mais próximo ao balanço dançante das cantoras citadas acima. Mas aqui a coisa é
diferente, pois Lisa investe mais no soul e na introspecção e as músicas chegam
perto daquele clima da Motown, só que com alguns enxertos eletrônicos e alguma
coisa do jazz.
Essas
características podem ser encontradas inclusive nas músicas citadas no
parágrafo anterior, mas eles são mais evidentes em Live Together, que tem um
interessante jogo de vozes; Poison e a faixa-título recebem um baixo marcado
bem sacado e Where are you Coming Back é ideal para ouvir com a pessoa amada ou
quer conquistar. Mesmo o final mais experimental com Wake Up Baby e The Way You
Want It não muda a vibe do disco, que é agradável e pode ser ouvido repetidas
vezes sem enjoar.
Affection
não vai agradar aqueles que curtem um som mais “agitadinho”, mas quem que
aprecia música com muito balanço e um clima mais “up”, vai se deliciar.