quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

LISA STAINSFIELD: UMA VIAGEM PELA SOUL MUSIC

Affection, lançado em 1989 remava contra a maré do pop dançante, mergulhando na melancolia, introspecção e bem estar

Por João Messias Jr.


Affection
Divulgação
Quem assistia o saudoso Clip Trip nos saudosos anos 80 e 90, lembra da explosão das divas do pop. Sem julgar se a música é melhor ou não que a feita pelas moças hoje, a verdade é que havia algo genuíno nos discos de cantoras como Paula Abdul, Debbie Gibson e a nossa resenhada de hoje, Lisa Stainsfield.

E nada mais interessante do que falar do seu primeiro trabalho, Affection. Lançado aqui em 1989 via BMG, confundiu a cabeça de muitas pessoas por causa das músicas de trabalho, This is the Right Time e All Around the World, que chegavam mais próximo ao balanço dançante das cantoras citadas acima. Mas aqui a coisa é diferente, pois Lisa investe mais no soul e na introspecção e as músicas chegam perto daquele clima da Motown, só que com alguns enxertos eletrônicos e alguma coisa do jazz.

Essas características podem ser encontradas inclusive nas músicas citadas no parágrafo anterior, mas eles são mais evidentes em Live Together, que tem um interessante jogo de vozes; Poison e a faixa-título recebem um baixo marcado bem sacado e Where are you Coming Back é ideal para ouvir com a pessoa amada ou quer conquistar. Mesmo o final mais experimental com Wake Up Baby e The Way You Want It não muda a vibe do disco, que é agradável e pode ser ouvido repetidas vezes sem enjoar.

Affection não vai agradar aqueles que curtem um som mais “agitadinho”, mas quem que aprecia música com muito balanço e um clima mais “up”, vai se deliciar.